Na manhã de hoje (26), um empresário foi assassinado com um tiro na cabeça. A principal linha de investigação da polícia? latrocínio. Mas, ao contrário do que dizem, a vítima não foi apenas Guilherme Brandão. A verdade é que a bala, de fato, acertou a cabeça de Guilherme, mas os estilhaços daquele disparo ficaram alojados no coração de uma sociedade.
O disparo efetuado no empresário foi além das paredes do Maikai, além de um corpo e além das fronteiras do real e do virtual. Na verdade, o disparo deixou vários feridos, que suplicam por socorro, justiça e paz.
É certo também que os estilhaços que nos atinge não são de hoje, mas de muito tempo, vindo de anônimos. A questão não está no anonimato. Todos os dias pessoas de classe baixa são assassinadas. A diferença? Não há. Então, não me venham com “Ah, só porque é isso ou aquilo”. A dor, independente de classe financeira, é a mesma, a sede por justiça também. Assassinato é assassinato e, em todos os casos, que a justiça seja feita.
Enquanto isso, mal dá tempo de nos recuperarmos. Os estilhaços diários ferem o corpo e o coração, até que um dia algum de nós é a vítima fatal. Com coração ferido, amigos expressam, através de lágrimas, da escrita, e vaias, a necessidade do socorro e de paz.
Eu, Karine, não conheci Guilherme, mas lamento a sua morte, assim como também de todos os outros casos de violência. Mais paz e amor, por favor.
Foto: Vanessa Siqueira
46 Comentários
Excelente texto, onde um evento sangrento, que teve como consequência a morte de um ser humano, foi retratado de forma lúcida, sem sensacionalismo. Infelizmente a violência a cada dia aumenta de intensidade, basta assistir aos noticiários, ler jornais e numa roda de amigos, não existe mais outro assunto que não seja a violência desenfreada. Li, em vários sites e jornais, sobre o assassinato desse cidadão ( Guilherme) e em nenhuma leitura percebi o lado humano da pessoa que estava digitando a matéria, onde fizeste com grande maestria. Diariamente em nosso estado e porque não dizer em nosso querido Brasil, dezenas de trabalhadores sem o mesmo nível social e econômico são assassinados de forma brutal, deixando famílias enlutadas, órfãos e amigos tristes pela perda e nossas autoridades policiais, não conseguem ter o mesmo empenho e desempenho para elucidar o crime, porque será? entendo que, independente de classe social, o direito de viver é igual para todos.
Ótimo comentário, painho!! Parece que diante de tantos casos tristes, muitos estão perdendo a sensibilidade, o amor ao próximo e o desejo de fazer o bem. Todos têm direito à vida, a segurança e à paz.
Excelente texto Karine Amorim, vc vai longe garota. Desejo muito sucesso pra ti nessa profissão.
Infelizmente a cada dia novos crimes, vem acontecendo e nada é feito. A sociedade começou a fazer justiça com as próprias mãos, porque não aguenta mais tanta impunidade. Peço à Deus conforto a familia e aos amigos de Guilherme. Espero que não seja mais um crime que fique impune.
Muito obrigada, Suely! Que assim seja.
Infelizmente, são muitos os crimes. O caso do Guilherme Brandão, ao que parece, já foi esclarecido. E sim, nós estamos vivendo uma realidade absurda. Espero que no futuro vigore a paz. De coração, agradece a leitura e comentário! 😀
Perfeito Karine. Você escreveu um belo texto que expressa com muita lucidez aquilo que, de há muito, está amordaçado nos corações e mentes dos alagoanos. Chega de tanta hipocrisia discursos vazios. E hora de agir com justiça e pulso firme!
Muito obrigada, Cícero! Fico feliz em saber que consegui, através das palavras, expressar esse sentimento. Do que adianta discursos quando não há ação? Mais uma vez, obrigada.
Hummm, que conveniente… Mas sem delongas, até porque se eu for citar as atrocidades que acontecem em nosso Estado de AL, nesta postagem seria de fato impossível. Mas minha cara autora, não seja hipócrita ao ponto de desviar o que está a um palmo do seu nariz, pois tal manifestação só ocorreu devido ao status da vítima e isso está mais notável que o seu bajulado com o mesmo. É uma pena tais ocorridos, mais infelizmente ele não foi o primeiro nem será o ultimo. E meus sentimentos a “todas” as vítimas de violência nesse País.
Vou desconsiderar o hipócrita e o bajulado, ta? Também não vou justificar o que já disse no texto. Mas, que ótimo que você leu, comentou, discordou. O que seriam dos debates e discussões sem as opiniões contrárias não é mesmo? Ah, e é verdade, do que adiantar listar as atrocidades se cada um não fizer a sua parte?
É uma pena! ://
Parabéns Karine! Suas palavras conseguem expressar muito bem o que cada um estar sentindo neste momento. O coração de muitos estam estilhaçados mesmo.
Guilherme era uma pessoa muito amada e é por essa a razão a revolta das pessoas e não pelo o que ele tinha. Queremos justiça e um lugar melhor p morar e criar nossos filhos.
Que bom que você gostou, Sheyla, fico feliz 😀 Precisamos de paz e mais amor ao próximo!
Infelizmente Karine,em Alagoas já é de muito tempo conhecida mais pela sua violência do que por suas belezas naurais,não é de hoje que sofremos por conta de pessoas que tem mente sangrenta,se acham donos das vidas alheias.Guilherme foi mais um,mais era um empresário e os anônimos?nossa é uma carnificina todos os dias.Estou ausente daí há 16 anos pois fui uma vítima dessa violência perdi um ente querido e ficou assim ninguém sabe ninguém viu e nem quero mais saber.Saí daí fugida por ameaças à minha família e isso me dói até hj.Fiquei 10 anos sem ver o resto dos meus familiares,isso me custou toda uma vida de luta e nunca fui ressarcida por nada e nem por ninguém,só por Deus.TÁ NA HORA DESSE POVO ACORDAR E LUTAR POR JUSTIÇA,POR TODOS NÃO SÓ POR UM OU OUTRO.AMO MINHA CIDADE APESAR DE TODOS OS PESARES.BELEZA SÓ NÃO SE PÕE NA MESA DIZIA MINHA MÃE,TEMOS QUE TER PAZ, É UM DIREITO DE TODO CIDADÃO. ERA DO CANGAÇO JÁ PASSOU,NÃO CURTO NEM ESSA CULTURA DE LAMPIÃO,EU CURTURA DA PAZ,DA TRANSFORMAÇÃO DO SER HUMANO ISSO SIM É CULTURA.
Infelizmente, essa é uma triste realidade. A vontade e o emprenho dos gestores públicos em solucionar casos de violência devem ser os mesmos, sem distinção de classe, popularidade ou qualquer outra razão. Adorei a forma como você definiu cultura: cultura da paz e da transformação do ser humano para melhor. Obrigada pelo comentário !!!
É isso aí Karine, toda a sociedade alagoana ( cidadãos de bem ), que ficaram abalados com essa tragédia, ficam todos os dias, quando ligam a TV, RÁDIO, ou ouvem notícias de barbaridades, e a justiça de Alagoas, parece que adormeceu e deixou a população totalmente desamparada para a criminalidade. Essa é a hora de acordarmos e exigirmos segurança nesse ESTADO.
Concordo com você, Wemerson. E, sabe o que é pior? Muitas pessoas estão passando a acreditar que assassinatos e tantas outras formas de violência são naturais. Não se pode naturalizar o que não é.
Karine sempre fiz a mesma indagação com relação a outras vítimas anônimas, que morrem diariamente em nossa capital e são esquecidas, sem que haja justiça. É preciso, que não somente o caso do empresário seja solucionado, mas todos os outros que estão com inquéritos parados nas delegacias, como o caso da morte do músico Gutemberg dos Santos Cassimiro, assassinado há mais de um ano. O seu texto traz uma reflexão muito boa sobre isso… Abraços!!!!
É verdade, Gilca! Há muitos Josés, Franciscos, Marias e tantos outros que foram vítimas da violência, do descaso e da falta de justiça. Obrigada pela leitura. Ah, e que bom que você gostou 😀
Parabéns Karine pelo belíssimo texto que conseguiu expressar brilhantemente o sentimento de uma sociedade! Emocionante… Além disso reuniu técnica e sentimento de uma forma rara.
Parabéns, mais uma vez!
Ô Anienne, como eu fico feliz com o seu comentário! 😀 Que bom que você gostou. Muito obrigada mesmo.
Senti isso qd vivenciei a morte de um taxista vítima de latrocínio, em 06.01.14, cujo táxi ficou parado na entrada da minha garagem, em Mangabeiras, após o mesmo ter sido alvejado por meliantes que estavam sendo conduzindo por ele. Da mesma forma que vc, tb não tive oportunidade de conhecê-lo em vida, mas os tiros marcaram a minha existência. Senti a dor de um amigo, igualmente taxista e vizinho da vítima, e com mais intensidade, a dor dos familiares que chegaram algum tempo depois. Vivemos num país sangrento, num tempo de embriaguez, onde parece que todos estão entorpecidos. No caso do Sr. Agnaldo, o taxista, me parece que ainda não prederam os assassinos. Parabéns pela sua lucidez e pelas palavras bem colocadas. Em tempo, devo dizer q Guilherme (Maikai) foi meu cliente, recebendo o melhor tratamento que um Cliente pode nos oferecer, que ele descanse em PAZ.
Muito obrigada, Hélio! Eu imagino sim. A dor da morte violenta marca demais. Como você disse, infelizmente, “vivemos num país sangrento, num tempo de embriaguez, onde parece que todos estão entorpecidos”. Pena que muitos ainda insistem em viver entorpecidos.
Parabéns pela delicadeza do seu texto e pela expressão sincera da nossa triste realidade. Através dessas palavras você narrou simplesmente um cotidiano fidelissimo nosso:Dor. Dor pelas perdas estupidas,dor pela injustiça,dor pelo medo de tanta violencia e tanto descaso. Até onde vai essa atrocidade toda? Estamos exaustos.
Diante de tantos fatos tristes, fico feliz em saber que pude retratar atos brutais com delicadeza. Muito obrigada pela leitura e comentário, Djalma.
Parabéns. Karine. Os comentários do dia sobre quem falou o que, só mostra que quem esta no comando não pensa em solucionar a violência. só aparecem para explicar uma coisa que é inexplicável
Obrigada! 😀
Belas palavras, nao haveria melhor colocação diante deste fato lamentável…
Obrigada, Julianne! espero que nos próximos textos, as “belas palavras” sejam pra revelar situações felizes. Agradeço por sua leitura 😀
maceió estar precisando urgentemente de reforço do exército dos estados unidos e fora governador.Maceió não tem segurança publica,não tem saúde,não tem transporte publico,prefeito e governador só sabem arrumar a orla e a população dos bairros sofrem com toda essas calamidade publica,que é um direito da população.
Investimento público nos diferentes setores sociais é fundamental e um direito nosso. Cabe a cada um fazer a sua parte, assegurando o cumprimento de nossos direitos e deveres.
Parabéns Karine,,..Seu texto ficou perfeito.
Ah, que bom que gostou! (: obrigada!!!
Compartilhamos da sua tristeza e “assombro”. Os cidadãos deste país precisam urgentemente se unir em constantes ações contra a violência. Não apenas em passeatas ou campanhas esporádicas. Em lutas pacificadoras constantes! Em cada canto, em cada escola, em cada mensagem, em cada atitude. Todos os dias! Que seja o respeito à vida a meta principal de cadas um de nós para 2014. Vistamos a camisa de dor de todas as pessoas que perderam seus filhos e parentes queridos. ANTES QUE SEJA TARDE!
Isso mesmo, Maria. Todos devem ter a vida como meta para 2014, assim como também em todos os outros anos que estão por vir. É preciso se colocar no lugar do outro, viver a fraternidade e o respeito, todos os dias!
Parabéns Karine pelo texto e por expressar tão bem nossa indignação pela violência em nossa cidade! Esperamos que a justiça seja feita, embora não possa trazer de volta um ente querido.
Muito obrigada 😀 É verdade, que a justiça seja feita! Pois, apesar de não trazer de volta aquele que foi vítima da violência, quem sabe com menos impunidade, outros crimes sejam evitados, pra que as famílias não chorem a morte violenta de ninguém, né? Precisamos de paz!
Sim… Absurdo o que aconteceu independente da classe social… Claro que repercute mais por ser uma pessoa importante… Nada vai trazer a vida do rapaz de volta… Se deixar por conta da justiça, daqui a pouco os criminosos estarão soltos e os estilhaços, cada dia, irão mais longe…
É uma realidade bastante complicada mesmo, Marcos. O caso repercute porque ele era uma pessoa pública, já que todos nós somos importantes para alguém. Que a justiça seja feita, para todos!
Karine Amorim muito bom o seu cuidado em abordar um assunto tão triste… Continue assim.
PARABÉNS PELO TEXTO, SOUBE EXPRESSAR O SENTIMENTO DA SOCIEDADE ALAGOANA.
Obrigada, Ana! pena que esse sentimento é de tristeza… que venham dias melhores e felizes para todos!
Parabéns pelo belo texto.
Expressou todo o sentimento da nação brasileira, particularmente alagoana, que vive a nítida sensação da orfandade do poder público, apesar dos altos impostos.
Será sem dúvida uma excelente profissional.
Deus a abençoe.
Amém e obrigada, Ligia! Eu fico bastante feliz em saber que as pessoas não estão naturalizando o que não é natural. Ninguém deve acostumar com a violência, com a insegurança e com o descaso. Estou me esforçando para ser uma excelente profissional, sem feitos escandalosos, mas de forma simples, cuidadosa e responsável. Deus a abençoe também.
Parabéns, Karine. Muito bem colocado os nossos sentimentos de tristeza. ;(
Obrigada, Juliana! infelizmente, se trata de sentimento de tristeza… que as futuras linhas sejam felizes.
Parabéns Karine!!!!
Obrigada, Junior ((: